Quer viajar para o estado dos gaúchos e não sabe o que visitar? Não se preocupe! Nesse texto vamos listar 10 pontos turísticos do Rio Grande do Sul que são imperdíveis. Para começar o assunto, uma questão polêmica: não incluímos a famosa Gramado na seleção do Escolha Viajar. Embora seja um dos destinos mais procurados do Brasil e o mais visitado do estado, a cidade da serra famosa pelo frio, parques temáticos e o evento Natal Luz não nos conquistou.
Antes que você comece a nos xingar nos comentários, saiba que essa é apenas uma opinião. Você pode ter ido a Gramado e achado maravilhoso, sem problemas. Mas, para o nosso tipo de turismo, não há muitos pontos a destacar. Achamos a hospedagem cara, os restaurantes caríssimos e não curtimos parques ou museus temáticos – tipo Madame Tussauds . A cidade em si é muito bem estruturada para o turismo e charmosa, com sua mistura de culturas alemã e italiana.
Mas a vizinha – e põe vizinha nisso, são apenas 6 quilômetros – Canela também é e tem locais muito mais autênticos para se visitar. Sim, também há vários parques e museus com temáticas aleatórias e ingressos que custam os olhos da cara. Mas existem atrações que compõem sua paisagem natural e histórica. Explicação dada, vamos seguir para a nossa seleção. Confira abaixo 10 pontos turísticos do Rio Grande do Sul que você não pode perder!
1 – Cidade de Canela
A cidade de Canela, assim como a vizinha mais famosa e lotada Gramado, está localizada na Região das Hortênsias da serra gaúcha. Ambas formam um dos principais destinos de turismo de inverno do Brasil, sendo procuradas por visitantes de todo o território nacional que buscam ver neve. Embora a alta temporada seja a do frio – junho a agosto -, Canela também costuma ficar lotada em feriados prolongados e em dezembro, quando ocorre o evento Sonho de Natal.
A cidade é muito charmosa e aconchegante, contando com uma ótima rede hoteleira e de restaurantes. Um de seus grandes atrativos é a herança colonial alemã e italiana, que pode ser admirada na arquitetura e usufruída na culinária dos cafés, chocolaterias, fondues, cervejarias e vinícolas. Destaque para a Catedral de Pedra, a Rua Coberta, o Castelinho Caracol, a Cervejaria Farol e a Vinícola Jolimont. Mas o que enche os olhos mesmo é natureza ao redor da cidade!
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Cercada de vales verdejantes enfeitados de araucárias, rios e cachoeiras, Canela é rica em atrativos naturais. Entre eles a Cascata do Caracol, considerada uma das mais belas do Brasil com 130 metros de altura. No parque, há trilhas e mirantes para vê-la de diferentes ângulos. Não perca ainda o Parque do Pinheiro Grosso – que abriga a segunda maior araucária do mundo -, e o Skyglass, plataforma de vidro de onde se deslumbra o belíssimo Vale da Ferradura.
2 – Região dos Cânions
As cidades de Cambará do Sul e São José dos Ausentes, localizadas na região dos Campos de Cima da Serra, são a porta de entrada para uma sequência espetacular de cânions que marcam a divisa do estado com Santa Catarina. São paredões de pedra de centenas de metros de onde mirantes – naturais ou construídos – permitem descortinar formações rochosas, vegetação exuberante, rios e cachoeiras cuja água se perde na altura e na persistente neblina.
Os dois cânions mais famosos são o Fortaleza e o Itaimbezinho, com acesso via Cambará. Ambos estão localizados no Parque Nacional Aparados da Serra, que foi concedido à iniciativa privada em 2021. Apesar da cobrança de ingresso caríssimo (quase R$ 100 para entrada nos dois cânion), a estrada de acesso é muito ruim para veículos comuns – há diversos relatos de quebra -, sendo recomendável a contratação de passeio com veículo 4×4.
Já São José dos Ausentes – cidade mais alta e fria do Rio Grande do Sul – abre alas para outra sequência de cânions. O mais famoso é o Monte Negro, em que não há cobrança de entrada por ser um parque municipal. A estrada de acesso é ruim, mas praticável para carros comuns. Outros onde se pode chegar por conta própria são o Encerra/Amola Faca e o Pontão. Ambos são de propriedade privada, mas a entrada custa apenas R$ 30 para os dois. Belíssimos!
3 – Ruínas de São Miguel das Missões
A histórica cidade de São Miguel das Missões está localizada no noroeste do estado e abriga o mais famoso conjunto de ruínas das missões jesuíticas da América do Sul. O Sítio Arqueológico São Miguel Arcanjo guarda o que restou de um dos Sete Povos das Missões, assentamentos construídos por padres jesuítas no século XVII para catequizar os indígenas da região. Além do Rio Grande do Sul, houve povoamentos também no Paraguai e Argentina.
O grande destaque do sítio é a Igreja de São Miguel Arcanjo, importante exemplar da arquitetura barroca. Sua fachada em pedra vermelha ainda ergue-se imponente sobre os verdes pampas gaúchos. Tombadas como Patrimônio da Unesco, as ruínas estão abertas à visitação o ano todo, sendo que o ingresso custa apenas R$ 10. À noite, é possível assistir a um belíssimo espetáculo de som e luz que conta a história dos Sete Povos. A entrada sai por R$ 25.
4 – Salto do Yucumã
Poucas pessoas sabem disso, mas o Salto do Yucumã é a mais extensa queda d’água do mundo com 1,8 km de largura! Ele foi formado devido a uma falha geológica no Rio Uruguai, marcando a fronteira entre o Brasil e a Argentina na região noroeste do estado. A queda está localizado dentro do Parque Estadual do Turvo, acessível pela minúscula cidade de Derrubadas. Sua altura pode variar de 12 a 15 metros , sendo que a profundidade da água no canal chega a 120 metros.
Embora fique fora de qualquer rota turística, é um passeio que vale a pena. As rochas vermelhas do lado brasileiro formam um mirante natural e contrastam com as águas caudalosas. O rugido das quedas completa o espetáculo: Yucumã significa “grande roncador” na língua tupi-guarani. MAS ATENÇÃO: para que você consiga visualizar o salto, o volume do rio não pode estar alto. Quando isso acontece, a água enche a fenda natural e a queda desaparece.
Por isso, o parque – que foi concedido à iniciativa privada, sendo a mesma empresa que administra as Cataratas do Iguaçu – disponibiliza um monitoramento em tempo real em seu site (acesse aqui). A infraestrutura no local é excelente, com museu, restaurante, trilhas, passeio de barco e acesso quase total de carro – é preciso caminhar apenas 400 metros. Os ingressos custam R$ 58 + estacionamento. O funcionamento é de quinta a segunda, das 8h às 16h.
5 – Parque da Guarita
Embora seja considerado o patinho feio do belíssimo litoral brasileiro, o trecho gaúcho da costa reserva uma surpresa a quem pensa que visitar o Rio Grande do Sul se limita a subir a serra. O Parque da Guarita, que faz parte da cidade litorânea de Torres, no extremo norte do estado e que faz divisa com Santa Catarina. Sua paisagem singular é formada pelo contraste dos paredões rochosos de basalto de até 50 metros de altura com o mar – nem sempre muito – azul.
Percorrendo as trilhas que vão subindo pelos morros, você encontra vários mirantes e formações naturais, entre eles as furnas. Furnas são buracos de grandes dimensões abertos nas falésias pela ação dos ventos e das águas ao longo de milhões de anos. Em alguns pontos, pode-se chegar bem pertinho do mar através de quatro escadarias. Destacamos a visão incrível das furnas do Tocão e do Paredão – as mais bonitas na nossa modesta opinião!
O parque abriga ainda a estreita faixa de areia da Praia da Guarita, que costuma ficar lotada nos meses de verão. O horário de atendimento na baixa temporada é diariamente das 8h30 às 17h30 e, na alta temporada, das 7h às 19h. Visitantes a pé não pagam entrada. Para motos, carros, vans, ônibus e motorhomes, os preços de visitação variam de R$ 5 a até R$ 150 dependendo do tipo de veículo e da época do ano.
6 – Região da Uva e do Vinho
A Região da Uva e do Vinho abrange diversos municípios da serra gaúcha onde é possível conhecer dezenas de vinícolas, restaurantes e atrativos históricos como Flores da Cunha, Farroupilha, Caxias do Sul e Antônio Prado (leia mais adiante no texto). Mas as duas principais cidades a serem visitadas são Bento Gonçalves e Garibaldi. A primeira é a capital nacional do vinho e a segunda, da espumante. Ligando as duas há o famoso passeio de trem Maria Fumaça.
Garibaldi conta com vinícolas consagradas especializadas em espumantes, como Garibaldi, Peterlongo e Chandon. Já Bento Gonçalves oferece aos turistas dezenas de vinícolas, a maioria delas concentrada no Vale dos Vinhedos e no distrito de Pinto Bandeira. Outra opção de passeio gastronômico e cultural é o Caminho de Pedra, onde casas históricas foram transformadas em lojas temáticas e restaurante. Não perca ainda o pórtico de pipa e o Chafariz do Vinho, no centro.
7 – Cidade de Antônio Prado
Bem-vindos à cidade mais italiana do Brasil! A fofíssima Antônio Prado está apenas 55 quilômetros ao norte de Caxias do Sul, na serra gaúcha. Os primeiros imigrantes chegaram ao município em 1886 e seu isolamento nessa localidade foi essencial para a preservação do patrimônio. Hoje, a cidade abriga o maior acervo arquitetônico da colonização italiana no país: 48 edificações tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Localizadas no centro histórico, as coloridas casas de madeira se destacam pelos lambrequins (enfeites entalhados dos beirais). A principal delas é a Casa da Neni, de 1910, onde funciona o Museu Municipal. Antônio Prado oferece ainda outras atrações, como a Igreja Sagrado Coração de Jesus e a Gruta Nossa Senhora de Lourdes. Fora do centro, vale um passeio pelas Cascatas da Usina e até a Linha 21 de Abril, distrito histórico com casarões, armazém e moinho.
8 – Cascata das Andorinhas
A Cascata das Andorinhas é um tesouro tão escondido que nem mesmo muitos gaúchos conhecem! Localizada nos arredores da pequena cidade de Rolante, sua queda d’água tem apenas 15 metros de atura, mas impressiona por sua beleza. O rio corre por dentro de um pequeno cânion de rochas vermelhas e cai num poço de água azul cercado de vegetação luxuriante. Entre as 10h e as 14h, os raios de sol incidem por entre as paredes de pedra e completam o cenário.
O acesso à cascata é bastante simples. Basta colocar no GPS o Parque Municipal Cascata das Andorinhas e percorrer os cerca de 20 km que o separam do centro de Rolante. Uma parte da estrada é de terra, mas está em condições razoáveis. O parque é de visitação livre, sem horários ou cobrança de entrada. Do estacionamento até a cachoeira são 900 metros de trilha, em parte pela lateral do rio e tendo que molhar os pés, mas de nível fácil. Atenção à lotação nos meses de verão 😉
9 – Salto Ventoso
Situado na cidade de Farroupilha, na serra, o Salto Ventoso é mais uma cachoeira gaúcha que merecia estar na lista das mais lindas do Brasil. A queda d’água de 56 metros de altura fica sobre uma gruta de 200 metros de comprimento cercada pela mata nativa. Nessa gruta, foi construída uma passarela metálica que leva os visitantes a passar atrás da cortina d’água! O parque privado que abriga a cachoeira está a apenas 12 quilômetros do centro da cidade.
A visitação pode ser feira de terça a domingo, das 9h às 17h. O ingresso custa R$ 20. Atividades de rapel e tirolesa estão disponíveis por um custo extra. Mas para ter uma visão da cachoeira de frente, você não precisa pagar nada. Existe um mirante na beira da estrada de acesso ao Parque Salto Ventoso. O local é livre e gratuito, a apenas 350 metros da entrada – você pode encontrá-lo através do Google Maps.
10 – Ferrovia do Trigo
A Ferrovia do Trigo fica no Vale do Taquari e virou atração turística por cruzar montanhas cobertas de mata nativa, vales profundos e cachoeiras ao longo de 26 viadutos e 34 túneis! Seu nome oficial é EF-491 e ela interliga os terminais ferroviários de carga das cidades de Roca Sales e Passo Fundo. No total, são 152 quilômetros de extensão. A parte mais bonita e turística fica entre Vespasiano Corrêa e Dois Lajeados, repleta de túneis e viadutos.
O mais famoso e mais impressionante deles é o Viaduto do Exército, mais conhecido como Viaduto 13. Com 509 metros de comprimento e 143 de altura, é o maior viaduto ferroviário da América Latina e um dos mais altos do mundo. Outros destaques são os viadutos 11, Pesseguinho, Dois Lajeados e Mula Preta. Alguns deles são vazados e cruzá-los a pé pode ser um desafio e tanto pois enxergamos o chão centenas de metros abaixo através dos trilhos!
Pode-se ir ao Viaduto 13 saindo de duas cidade. De Muçum são 18 km para o norte por estrada em parte de terra, mas tranquila de rodar. De Vespasiano Corrêa são 12,5 km por estrada de terra em boas condições, mas com muitas curvas, subidas e descidas. Do 13 pode-se fazer ainda uma caminhada pelos trilhos até o 11, que não tem acesso por terra. Não é preciso pagar nada pela visita, mas tome cuidado com o apito dos raríssimos trens que ainda passam por lá.
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